domingo, 27 de dezembro de 2015

2 micoses
 Quando soube que este filme ia sair, tendo em conta o livro em que é baseado, achei que fosse apenas uma série de documentários em que o Morgan Freeman narraria o catálogo detalhado de criaturas mágicas. E no canto inferior direito havia de surgir o Daniel Radcliffe a fazer a linguagem gestual do discurso.

 Afinal não.

 E vai ter o Ezra Miller do meu queração!

Por acaso aquilo que eu mais gosto no Natal até é o consumismo

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

1 micoses
 Eu tive o azar de nascer numa família muito pouco... vá familiar. A modos que, de há uns anos para cá, a minha mãe decidiu que o Natal perfeito é mesmo só nós as duas. Realmente há menos discussões com o restante parentesco, mas há mais com ela e, na verdade, quando não há, é uma seca. Ora portanto o Natal é aquela noite que eu realmente dispensava. Até gosto da comida da época, mas diria que bacalhau e peru pode comer-se em todo o ano.
 Por acaso aquilo que eu mais gosto no Natal até é o consumismo. Gosto:

1. De comprar presentes para os outros oferecerem. Vocês nem sonham o dom que eu tenho para fazer isso. As namoradas dos meus amigos adoram os meus presentes. Este ano até já me pediram para abrir um consultório de prendas online. É uma pena que não hajam profissões neste âmbito que eu havia de chegar a Compradora-De-Presentes Senior muito rapidamente.

2. De embrulhar os presentes. Outro dom. Este ano atingi um nível superior com um presente embrulhado em folhas de uma revista. Seleccionei especialmente uma foto do Enrique Iglésias e coloquei estrategicamente o laço na tola do moço. Realmente sou parva em não ter tirado fotografias, podia iniciar um portefólio muito interessante para anexar no meu currículo.

3. De comprar presentes para mim. Diz-se que em casa de ferreiro, mesa de pau ou lá o que é. Isto para dizer que eu gosto de planear com muita antecedência e atenção os presentes para os outros, mas o karma em retribuir-me fazendo-me receber tipo... dinheiro e chocolates. E como ninguém me conhece melhor do que eu, normalmente o melhor presente é sempre aquele que vem De: mim Para: mim.

4. De receber presentes. É raro eu receber um presente daqueles todos embrulhadinhos que se deixam a marinar debaixo da árvore uma semana antes do Natal. Já referi que o que recebo mais é dinheiro e chocolates e há sempre um ou dois presentes da minha mãe comprados com o seguinte método: ela pergunta-me o que é que eu quero, eu digo, e ela diz-me pra eu ir comprar que depois ela paga-me. Eu adorava dizer-vos que o meu Natal é super mágico e que no mínimo a minha mãe tem a capacidade de me oferecer um batom da marca que eu quero na cor que eu quero, mas não. De todo, não. Ao menos com isto, este é sempre o segundo melhor presente da noite quando ainda o compro antes da noite de Natal.

 E pronto, é a isto que se resume o Natal para mim. Um dia talvez venha a ter filhos primos afastados e vou-lhes ensinar isto desde cedo: as pessoas são falsas e no Natal continuam a ser falsas, a missa é uma seca e uma cambada de mentiras; só continuamos a comemorar o aniversário de Cristo porque ainda temos esperança que ele apareça lá em casa pra transformar a água em vinho. Aproveitem é para comer e beber, que isso sim é o lado bom do Natal.



Minhocas de Ouvido - edição de Natal

1 micoses
 Vocês nem sabem que este post está estrategicamente há meses. Um dia eu tive de fazer umas pesquisa sobre musicas de Natal (é muito complicado agora explicar porquê, mas eu juro que tinha mesmo uma razão importante). E eis que no meio de vários coros infantis descubro esta pérola:

 ATENÇÃO: Esta melodia pode contaminar a mente durante horas a fio


 Um feliz Natal pra todos vocês, irmãos.

Da relatividade do tempo

domingo, 20 de dezembro de 2015

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 Às vezes passam-se mais coisas num segundo do que durante um ano inteiro.

A relação de Schrodinger

sábado, 19 de dezembro de 2015

1 micoses
 A relação de Schrodinger é o nome dado ao estado de uma relação após um acontecimento de elevado grau de dano ao relacionamento, que conduz a um período de espera para decidir o futuro da mesma.
 Aquando da condição descrita, enquanto os intervenientes não tiverem a conversa final para decidir o futuro, nenhum deles ainda sabe se já acabou tudo ou se ainda há volta a dar. A relação encontra-se viva e morta ao mesmo tempo.

As coisas que as fashion bloggers realmente deviam responder e nunca respondem

domingo, 6 de dezembro de 2015

3 micoses
Queridas fashion bloggers,

Não é que os vossos posts "As minhas 100 bases preferidas do mês" e "300 batons nude que parecem ser todos iguais mas não são" não sejam úteis. Mas o que as pessoas que vivem no Mundo real gostavam mesmo mesmo mesmo mesmo de saber era o seguinte:

- Quando colocamos maquilhagem e espirramos a seguir, como é que nos assoamos sem tirar metade do primer, da base, do corrector, do iluminador e do pó compacto que vocês nos ensinaram a colocar no tutorial? E caso estejamos constipados e tenhamos de nos assoar várias vezes ao dia? Digam-me que a solução não é ter de pôr tudo outra vez por cada espirro!

- Quando usamos a lista de maquilhagens acima citada e a seguir temos de pôr óculos? Como é que fazemos para metade não ficar agarrada na parte dos óculos que assenta no nariz? Digam-me que a solução não é outra vez a citada no ponto anterior!

- Se usarmos lentes de contacto (que é o meu caso) de que forma é que podemos colocar rímel sem atingir as lentes que ficam com riscas pretas e nos provocam visão turva o resto do dia?

- Quando colocamos unhas de gel compridas e infelizmente somos estudantes de engenharia (ou similar) e temos de usar frequentemente calculadoras, como é que conseguimos clicar nas teclas? E mexer em ecrãs touch?


Aguardo por vídeos, posts, snaps, fotos no instagram, wtv, a responder ao nossos problemas!

Atenciosamente,
                          As pessoas que vivem no Mundo real

Cinemando

domingo, 15 de novembro de 2015

2 micoses

 Recentemente vi o Pretty Woman e o Dirty Dancing.
 Uma pessoa olha para a altura retratada nos filmes e lembra-se que não haviam telemóveis, nem facebook, nem sites de encontros, nem qualquer rede social. Nem internet sequer. Para se conhecerem outras pessoas era preciso sair de casa e mostrar personalidade. Não era só publicar 1 foto em bikini e ver o chacho a aparecer por si só com plimplins no chat.
 As pessoas tinham tempo para tomar banhos de espunha a ouvir música. Faziam férias em campos de Verão temáticos. Escreviam cartas e telefonavam-se.
 Hoje em dia, quando a Baby do Dirty Dancing encontrava a amiga em perigo de vida provavelmente não ia a correr chamar o pai. Primeiro, tirava um snap à situação e depois criava uma página no facebook chamada "Vamos ajudar a Penny".
 Pronto, se calhar estou a ser exagerada. Mas agora vejo aqueles filmes e soam-me a autênticos. Não têm uma história muito elaborada. Mas a vida real também não tem. Pelo menos nessas alturas as pessoas pareciam ser muito mais agarradas à vida, muito mais respeitadoras dos outros. As atitudes tinham-se cara-a-cara e não sob a forma de posts num blogue.
 Deviamos todos ter muita pena de não termos nascido nos anos 80.
 Eu tenho.


Dialogação

sábado, 7 de novembro de 2015

2 micoses
(a passar na 2ª circular)
- Onde é que fica a 1ª circular?
- Acho que não existe.
- Existe uma 2ª circular e não existe uma 1ª circular?
- A 1ª provavelmente foi deitada abaixo.
- Então porque é que não actualizaram o nome desta?
- Também há reparaste que a 2ªa circular não é circular?

E agora algo completamente diferente!

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

1 micoses
 Espero que tenham gostado do primeiro post da rubrica "minhocas de ouvido", porque se não tiverem gostado, eu vou continuar a seguir a rubrica na mesma. "O blog é meu e eu escrevo o que eu quiser" é o meu lema de vida.
 Hoje trago-vos algo surpreendente. Quem me conhece sabe que eu sou uma pessoa fria e muito pouco romântica, por isso deve ser muito improvável para vocês que eu tenha a música que segue na cabeça tantas vezes. É uma balada romântica, sim senhor, e daquelas bem poderosas. Ora cá vai: Taras e Manias, do Marco Paulo.

  
 E porque é que eu gosto desta música? Ora bem, como uma vez li no Menino de sua mãe: As histórias de amor parecem ser outra coisa: nunca ninguém falou da tesão de Romeu por Julieta. Mas ninguém duvida que ela tenha existido pois não? "Taras e Manias" é sobre isso mesmo: é sobre a tesão que vem acompanhada de qualquer paixão assolapada. Existem muitas baladas sobre o amor, mas existem poucas sobre cambalhotas (pelo menos, que vinguem nas playlists).  Uma pessoa ouve um disco do Tony Carreira e aquilo é sempre a mesma conversa, mas o Marco Paulo chamava as coisas pelos nomes! 
 Já não me lembro da primeira vez que ouvi esta música, sempre fez parte da minha vida, da mesma maneira que já nem me lembro da quantidade de vezes que ela começou a tocar numa festa da aldeia e eu me pus automaticamente em sentido e gritei com emoção
"E mexe, remexe se encosta, se enrosca
Se abre se mostra pra mim
Me agarra, me morde, me arranha,
Não mude que eu quero você sempre assim"

Retórica sobre deixar de fumar

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

2 micoses

1ª semana:  É a semana das questões existenciais. Não passam 5 minutos sem que uma comichão psicológica invada o cérebro: O que é que os não-fumadores fazem quando têm de esperar 10 minutos? E quando estão nervosos? E quando estão deprimidos ou quando querem comemorar alguma coisa? E em que outros sítios é que se podem encontrar aquelas pessoas que já estava habituada a encontrar a fumar também em frente à porta da faculdade? O que é que os não-fumadores usam para acompanhar cerveja? E agora como é que eu vou voltar a beber café?

2ª semana: É a semana do arrependimento. É nesta semana que um recém-não-fumador espera encontrar as reais vantagens de ter largado o vício e até agora nada delas. Aparecem enxaquecas dia sim, dia não; o nervosismo acaba com as unhas que estavam tão bem pintadinhas e as pessoas continuam constantemente a perguntar-te se não queres um cigarro e tu a responder que "não, não quero, eu vim cá fora só fazer companhia, eu agora não fumo".

3ª semana: Afinal não é assim tão difícil subir a Alameda a pé. E subir 3 andares de escadas com sacos de compras. E correr 5km. O fumo dos outros já é desagradável em vez de provocar saudades. A parte mais irritante é quando dizes  a um não-fumador que te juntaste ao seu clube e ele responde com um "o quê, só há 3 semanas?" como se não fumar durante 3 semanas fosse easy-peasy. Mas agora tens energia para lhe dar três tabefes.

4ª semana: A exclusão do vício do tabaco diminui também o consumo de café e de álcool. Reparas que és muito mais produtivo e que as pausas para fumar roubam um tempo ridículo - numa média de 10 minutos por cada cigarro, bastam 6 cigarros para nos consumir 1 hora diária de não-produtividade - e já te chateia estares a trabalhar a fundo e os teus colegas fazerem constantemente pausas para ir lá fora. Nos dias de chuva dá gozo ver os fumadores serem levados pelos tufões. A concentração é maior e dizem-te que andas mais relax. Reparas que ultimamente tens dinheiro para fazer tudo o que te apetece.

5ª semana: Quando olhas para o mealheiro que tens vindo a fazer com o dinheiro poupado em tabaco começas a fazer planos para daqui a um ano comprar um Porsche.


A evolução da Amêndoa

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

1 micoses
 Os humanos não têm o pescoço da mesma largura que os ombros devido a anos de evolução a tentarem dormir em conchinha e não terem onde colocar o braço que fica por baixo.

Minhocas de ouvido

sábado, 17 de outubro de 2015

1 micoses
 Ando há semanas a fio a pensar num nome para a nova rubrica que pretendo criar. Andei tanto tempo a pensar nisto e a recolher sugestões que já tinha tido boas ideias e mas esqueci-me delas. Mas pronto. Acabou por sair o nome "minhocas de ouvido", uma tradução livre de "earworm".
 E porquê este nome? É normal as pessoas ficarem com músicas em loop presas na cabeça e eu não sou excepção. Mas eu costumo ter músicas realmente engraçadas na cabeça e acho que é um escândalo elas não estarem a ser partilhadas com ninguém. E portanto vou começar a partilhar aqui, nesta rubrica de nome tão doce. A minha ideia era deixar só um link da música, porque são músicas tão interessantes por si só. Mas um amigo pediu-me para deixar um comentário. Vou tentar fazê-lo, mas não prometo fazer sempre. 

 Hora de estrear então a nossa rubrica, fica aqui a música que me assombrou a mente várias vezes nos últimos tempos: A minha sogra é um boi, dos Mata Ratos.


  Esta é uma das minhas músicas preferidas. Afinal, quem é que não gosta de um bom clássico?
 É uma daquelas músicas (bem acompanhada do respectivo videoclip) que me faz querer que, eu posso ter nascido nos anos 90, mas o meu espírito só pode ter sido criado nos anos 80. É sincera, é rebelde e irreverente. Se uma banda de rock pode protestar contra políticas capitalistas porque não protestar também contra o puritanismo de uma sogra?
  A minha relação com esta obra é também um pouco como um amor proibido. É aquele tipo de música que eu gostava de ter como toque de telemóvel ou de partilhar livremente nas redes sociais numa calma manhã de Sábado... mas depois nunca se sabe quando é que a futura sogra pode estar à espreita e não achar piada. Por isso, vou amando esta música em segredo e cantando dentro da minha cabeça a poesia 
 "Estávamos em casa
 Sem nada pra fazer
 Fomos para a cama
 Começámos a foder
 Estava tudo bem 
 Até certo momento
 Apareceu a minha sogra
 Pior que um jumento"

Já não se escrevem palavras assim hoje em dia.

Odeio que o blogger não me permita apagar etiquetas

sábado, 26 de setembro de 2015

2 micoses
 Costumava fumar na varanda.
 Substitui-o pelo vício de ouvir música na varanda.
 Se calhar não comecei a fazê-lo pelos vícios.
 Se calhar o vício em si é mesmo o de ir lá fora e olhar para as estrelas.

Um momento em que um unicórnio por momentos até acredita na existência de Deus

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

2 micoses
 Ando há dias com uma música em loop na cabeça.
 Vou ouvir a Discover Weekly do Spotify, e eis que, às tantas, lá estava ela.
  Sabes que o universo pode conspirar a teu favor por fazer-te ouvir a música que querias de forma aleatória.
 Tal como sabes que o universo pode conspirar a teu favor por te fazer escorregar quando sobes a Alameda e caíres de cu em cima do teu próprio portátil. E ainda espalhar um estojo de canetas inteiros a rebolar pela Alameda abaixo.

Cinefilia

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

1 micoses
O Mundo divide-se entre aqueles que olham para o Liam Neeson e dizem que é o "gajo do Taken" ou e os que dizem que é o "gajo d'A lista de Schindler".

Há tanto para dizer sobre a extracção de sisos

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

3 micoses
 Já lá vão 5 dias desde que tirei os malditos dentes e quanto mais dias passo por esta experiência traumática mais penso que devia formar uma associação de apoio aos pacientes deste tipo de cirurgia, uma linha SOS 24h ou escrever um livro inspiracional a contar as minhas vivências. Eu acredito que quem passa por isto sinta a necessidade de partilhar as suas experiências, tais como:
 - A líbido que se desperta ao sentir o aroma de uma boa carne guisada a emanar da cozinha e a melancolia, a revolta, a dor de saber que toda a nossa família a vai comer, menos nós; 
 - O estado em que a nossa cara fica e que ninguém acredita que tenha sido por tirar os sisos. Toda a gente acha que estamos a esconder uma operação plástica de preenchimento das bochechas, um grave acidente que envolveu cair de um cavalo enquanto subia uma escada numa passadeira de corrida ou que simplesmente somos vítima de violência doméstica;
- A forma como esta experiência nos faz enjoar gelados. Tirar assim um dos maiores prazeres da nossa vida não se faz. Há comprimidos para recuperar o desejo sexual, mas não há comprimidos para nos fazer voltar a sentir vontade de papar o mais gourmet dos sorvetes;
- Os medicamentos que não só anestesiam a dor como nos anestesiam o cérebro e nos dão vontade de dormir durante o dia inteiro, o que contrasta com o facto de que não nos podermos deitar;
- As agradáveis noites a tentarmos dormir sentados, com um monte de almofadas atrás e, ainda a tentar equilibrar um saco de ervilhas junto ao queixo. E claro, o resultado que são as manhãs com dores no pescoço, uma grande dor de cabeça, as almofadas todas molhadas do gelo derretido e um cheirinho a ervilhas migadas.
 Acho que já dei argumentos suficientes. 

Ler com a voz das personagens da bicha do demónio

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

3 micoses
Ai 'migas, tenho cá uma novidade para vos contar!
Então não é que isto de tirar os sisos tem todo um glamour por trás que eu desconhecia?
Pois é, iniciei-me na primeira dieta da minha vida. Eu que sempre fui uma venenosa que se esquivou à dieta da seiva, aos livros Viva Melhor e até aos sumos Detox acabei rendida a esta dieta dos sisos. Quero contar-vos tuuuuuuudo!
 Então é assim, para começar, lá está, é preciso removerem os ditos. Com isto emagrecem logo umas 50g de uma vez só, eu sei que parece pouco, mas as gramas é que fazem os kilos, 'migas nunca se esqueçam disso. É muito desagradável e quando saem da operação estão com muito pior aspecto do que anteriormente, mas é como uma cirurgia plástica, tudo compensa.
 Ora então, durante os dias seguintes vão ter uma dieta à base de sopa e iogurtes. Não se preocupem se acham que vão ter fome. Literalmente não vão ter capacidade para comer mais nada. Se caírem na tentação de meter um pedacinho de bife na boca vão-se arrepender de imediato, acreditem. Super eficaz.
 E a melhor parte da dieta dos sisos: os gelados são bem-vindos! Já ouviram falar de alguma dieta que incluísse gelados? Já estão a perceber porque é que este é o melhor regime de sempre!
 Eu ainda estou em fase de recuperação, ainda estou naquela fase inchada com uma cara imprópria para o consumo social, mas mal posso esperar por ver os resultados finais! Depois conto tudo, tá? Vá, beijoca!

Infelizmente eu ainda nasci na versão 1.0.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

4 micoses
Vocês sabem o que é um filme de terror?
Nunca digam que sim se nunca tiraram os dentes do siso. 
Porque se não sabem o que é ter mil instrumentos enfiados na boca ao mesmo tempo - tenho para mim que a célebre cena do Clockwork Orange é um programa da Baby TV em relação ao que vivi hoje - e ter uma broca a ecoar pelo vosso crânio adentro, vocês NÃO SABEM o que é um filme de terror.
 Começa logo quando o dentista - essa figura mítica do terror quotidiano - nos olha para a radiografia e começa a profetizar que se avizinham maus tempos, mas nós havemos de ser fortes e havemos de superá-los. 
 É tudo mentira. O que ele quer dizer é "tens o caralho dos dentes enterrados junto ao crânio e virados para todas as direcções da rosa dos ventos, vou suar praqui a tirar-te isto e vais ter dores que te vão fazer chamar-me nomes durante uma semana". 
 E depois continua a saga.
 Ficam a escaranfunchar na boca durante meia hora até que finalmente dizem "Pronto já está" - já está... já está o dente cá fora, né? "Agora é só tirar o dente" então e durante este tempo estivemos só a fazer o aquecimento?
 Demora muito para o ser humano evoluir para uma versão da espécie que já não traga estes dentes que não servem para nada?

O meu nível de paixão pelo Frozen:

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

1 micoses
 Estar numa Zara, ouvir-se ecoar pelos altifalantes "Elsa chamada à caixa de criança" e eu começo a olhar em volta, a sorrir, a bater palminhas e a gritar com voz de criança para o ar ELLLLLSAAAA!!!!!

Agora compreendam porque é que tenho estado ausente

3 micoses
  A primeira grande desvantagem de estar de férias em Porto Côvo revelou-se logo quando pensei no destino - não há forma de não pensar no nome da terra sem que o Rui Veloso comece automaticamente a cantar na minha mente. Mas pronto, há coisas piores, por isso lá fui.
 Depois de uns quantos fins-de-semana passados em Tróia, essa wanna-be-Las Vegas de Portugal, qual não foi o meu espanto por encontrar mais jet set naquela terreola alentejana. Vamos lá ver, eu nem wi-fi conseguia apanhar em lado nenhum - nem no apartamento onde fiquei, Deus decidiu que estas férias haviam de ser para me abstrair por completo da realidade - por isso achava que me esperava um lugar quase deserto mais habitado pelos alentejanos locais e pelos hippies das caravanas e do surf. Mas não. Logo no primeiro dia de praia uma família ao meu lado faz-se ouvir a chamar os seus bebés (com no máximo 1 ano) de Conceição e Clotilde. Venenosa como eu sou, dei assim uma olhadela para ver se os nomes eram mesmo dos bebés e não de pessoas mais velhas, porque mesmo a falarem em voz-de-bebé, as pessoas dirigiam-se-lhes sempre por "você".
 "Clotildocas quer vestir o fato-de-banho?".
 Eu pensei cá para mim que aquele bebé não devia ter ambições mais elevadas do que comer areia, mas pronto.
 Perguntei a alguém se tinha ideia porque é que havia famílias que tratam os seus bebés por "você" desde tão tenras idades e recebi uma resposta ao nível da pergunta: "Nâo faço ideia, eu trato bebés por exmo. sr.".
 Entretanto percebi que estava a ser preconceituosa e que aqueles pais, dentro do seu nível social elevado, até tinham sido muito generosos com os nomes dos seus bebés. Isto porque, ao longo da tarde, apercebi-me de que andam por aí muitas crianças que nem nomes de pessoas têm. "Conheci" uma Mercedes, uma Kita, uma Soutinha (não percebi se era diminutivo de Souta) e uma Concha. Sim, uma Concha - afinal não é só na telenovela da tvi, há mesmo pessoas reais chamadas Concha.
 Por coincidência não encontrei assim nenhum nome de rapaz que me parecesse excêntrico.
 Por outro lado, também não travei amizades com ninguém. Mas podia ter acontecido. Já me tinha preparado psicologicamente que se calhasse vir a conhecer alguém, para não verem logo que sou pobre e de más famílias, ia dizer que me chamo Urraca e assunto resolvido.

Desabafos de uma corredeira

terça-feira, 25 de agosto de 2015

4 micoses
 Mas que obcessão vem a ser essa de quererem dar-me folhetos e papéis enquanto eu estou a correr, senhores Testemunhas de Geová?

Isto não é um post anti-religião

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

1 micoses
 É só pra dizer que acho a arte sacra feia e aborrecida.
 Consigo tolerar que me digam que Deus existe, que ir à igreja faz bem e etceteras desse género, mas não consigo aceitar um "esta igreja é mesmo bonita". Epah, não é. Parece tudo ter centenas de anos em cima, nunca gostei muito da cor dourada e ainda menos dela em enfeites rococó pelas paredes, acho simplesmente grotesco a figura do jovem esquelético todo partido espetado numa cruz e com cara de sofrimento, todas as imagens de santos parecem-me infelizes e cheios de dor, cheira a pó e a esquisito e as músicas... epah as músicas... tanta perseguição aos Black Sabbath, aos Rolling Stones, até à Lady Gaga se for preciso porque são todos satânicos e têm pactos com o diabo para fazerem sucesso no Mundo musical, mas depois esses cânticos cheios de repetitivos "Aleluia" e "Hosana" é o melhor que vocês conseguem? Isso não é um bocadinho dor de cotovelo?
 Eu faço parte daquele team que acha que a palavra "tradição" não é suficiente para argumentar a favor das touradas. Da mesma maneira também não acho que essa palavra consiga defender o porquê da igreja (neste caso em específico, a católica) ter parado no tempo, e há que tempo. Não devia ser preciso ser tão old-fashion para se manter a espiritualidade em dia.

Epah ta beeeeeeeem

domingo, 16 de agosto de 2015

1 micoses
 Um dia hão-de mostrar-me onde é que está esse livro das regras universais da vida que dita que só os hábitos não saudáveis é que são aparazíveis. Que as saladas só surgiram para serem comidas por pessoas que querem emagrecer, que correr é uma chatice e que adormecer às 4h e acordar às 14h é o desejo universal de todos os mortais.
 Nada contra os estilos de vida não saudáveis, cada um faz o que quer com o corpinho que os seus pais Deus lhe deu. Mas eu também posso gostar de coisas só porque gosto delas e, por sorte, até são saudáveis, pois posso? Deixam-me? Vá, só uma vez por semana então?
 A minha colega de casa não pode chegar a casa e sentir um cheiro a peixe cozido que me vem logo abraçar, fazer festinhas na cabeça e gemer-me um "coitadinha" como se eu tivesse acabado de anunciar que tenho um cancro em estado terminal. Eu já tentei explicar que eu tenho mesmo vontade de comer peixe cozido. Que gosto. E que aquilo só faz sentido para mim se for acompanhado com bróculos. Já tentei explicar que, da mesma maneira que as pessoas salivam por pizza, eu às vezes também salivo por pizza, mas também salivo por peixe. E salivo MUITO por peixe. Gosto mais de peixe do que carne e sou feliz assim há muitos anos.
 Outro hábito estranho meu, pelos vistos, é gostar de acordar cedo para correr no Verão. "Mas tu estás de férias, aproveita mas é para ficar a dormir até ao meio dia!" Oh pessoas, eu gosto de correr, ponto final. Sempre gostei de fazer desporto, desde pequenina em que ainda era uma pirralha num tutu de ballet cor-de-rosa que havia aquela necessidade em mim de fazer qualquer coisa que me elevasse o ritmo cardíaco. Eu não acordo às 8h30m da manhã a pensar "bolas pah, lá vou eu ter de ir correr tão cedo mais um dia porque daqui a bocado está um calor que não se pode". Não. Nem um único dia. Passados alguns dias eu já acordo por mim mesma a essa hora. A sério.  É que as corridas até regularizam os sonos e fazem ter sono cedo, com qualidade, e acordar cedo. E para mim é das melhores sensações do Mundo. Correr faz-me sentir que consigo conquistar o Mundo inteiro. Gosto da sensação de estar a suar enquanto alongo os músculos depois de ter conquistado mais 1 km neste treino. E prefiro correr de manhã do que ao fim da tarde (no Verão só se pode correr muito cedo ou muito tarde) porque me faz mais sentido: fico com o dia todo livre para o que me apetecer fazer e  posso tomar um mega banho de manhã em vez de tomar dois banhos diários. E as manhãs têm outro encanto.
 A cereja no topo do bolo foi quando uma vez disse isto e alguém me disse "pois, quem critica esses hábitos é porque não sabe o que é comer sem engordar" - comer sem engordar? COMER SEM ENGORDAR? Mas eu alguma vez mencionei que gosto de comer saladas e que, caso a vida me permita, hei-de correr todos os dias até morrer, porque estou desconfortável com o meu corpo?
 Eu faço porque gosto. Ponto final. E não há nenhuma razão para além dessa. Da mesma forma que às vezes gosto de MacDonald's, da mesma forma que às vezes gosto de fazer uma noitada, é porque gosto. Sou uma abençoada por ter hábitos saudáveis por prazer, pois sou. Mas por favor, acreditem naquilo que vos digo.

A crise da recém-licenciatura

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

2 micoses
" A crise da recém-licenciatura é um fenómeno que se manifesta frequentemente em indivíduos durante o período que antecede a conclusão do 1º grau de ensino superior ou os períodos após o mesmo (não confundir com depressão pós-licenciatura).
 O indivíduo contrai esta condição quando conclui que não faz ideia do que pretende fazer do seu futuro numa altura em que já deveria começar a procurar o seu primeiro emprego enquanto licenciado."
      as in "Grande Manual das Doenças dos Estudantes", por Maria Amêndoa.

Casórios

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

1 micoses
 Domingo foi dia de casório. Já não ia a um há mais que séculos mas tenho ideia de ter pensado exactamente o mesmo que pensei neste último: os casamentos são a tradição mais medieval e bimbalhona que existe. Pelo menos em Portugal, não faço ideia como será a tradição noutras culturas (de facto devia pesquisar sobre isso).
 Nada contra o casamento em si. É um acto simbólico como qualquer outro. Mas todo o evento é tão... sei lá... tão "meh".
 Primeiro, os vestidos de noiva parecem-me sempre todos iguais. Eu tenho sempre de desejar as felicidades à noiva em vez de um típico "estás tão linda, que orgulho" porque me sinto a mentir. Os vestidos são sempre compridos, brancos e variam muito pouco entre alternativas de renda/brilhantes/com ou sem véu/um pouco mais branco ou um pouco mais pérola/com ou sem alças. Juro que quando vi a noiva achei que o vestido dela era igual ao que a minha irmã teve - o que duvido muito, mas eram dois vestidos branco/pérola/beige/cor-pastel-qualquer-a-remeter-para-uma-falsa-pureza, sem alças e com véu. Coisa mais aborrecida.
 Juro que se algum dia acontecer essa coisa que eu me casar - não, não me vou armar em coitadinha e queixar-me que vou ficar pra tia, estou muito bem, obrigado, mas casamento é outra conversa - eu vou de saia curta. A minha avó há-de achar uma vergonha ir de perna à mostra à igreja se calhar vai achar mais vergonha que o casamento nem seja pela igreja mas pronto mas não há-de haver viv'alma naquele casório que ache que o meu vestido era parecido com o da prima Verinha e, essencialmente, que não se lembre, que a Maria Amêndoa casou com vestido de saia curta.
 Depois outro problema que me faz ali grande confusão é a quantidade gigantesca de comida que se serve. Não gosto nada de ouvir as pessoas dizerem que a melhor parte dos casamentos é comer até rebentar, porque o casamento devia ser outra coisa e não me façam usar palavras fofinhas!
 E tirando isso, é tudo o resto: a chatice de receber a família toda em casa - os mais próximos é sempre bom, mas receber também os tios dos primos da madrinha da sobrinha da avó Zezinha e mais os primos da França e o caralho a quatro todos ali em casa a choramingar e a gemer "ai filha que tás tão linda" é para mim o filme de terror mais assustador alguma vez visto.
 E a segunda parte desse filme de terror é a parte de se ter de tirar mil fotografias em cada segundo. Impressão minha ou os casamentos só existem por causa do lobby fotográfico? Tiram-se fotos durante a manhã toda à noiva a vestir-se, e tiram-se fotos ainda em casa na recepção aos convidados, e depois é durante a missa toda, e depois é quando se assina o livro, e depois é à porta da igreja com as várias combinações de convidados possíveis, e depois é a ir para o copo d'água num carro chique alugado... Epah, que massada. Não conheço nenhum noivo que não se queixe de não ter aproveitado quase nada do seu casamento porque não podia estar 2 min sentado sem o chamarem para tirar fotografias. Eu sei que é um dia único com sorte, mas NÃO É PRECISO TAAAAANTO.
 E depois todas as tradições são iguais de casamento para casamento. É o tema do casamento, que se aplica às várias mesas dos convidados; é o bolo da noiva que é sempre branco, com andares, e com 2 miniaturas de noivos em cima; é o atirar do ramo da noiva às moças solteiras; é o Dj a passar os maiores clássicos do Martinho da Vila; e depois as modas do karaoke, do fogo de artifício, da demonstração de um powerpoint com fotos dos noivos desde bebés e uma música do Ed Sherran no fundo...
 E o que mais me irrita é que quando alguém se quiser armar em original, o seu casamento vai ser considerado uma porcaria. Porque o padrão é este, e a verdade é que o casamento é muito mais feito para as velhas da família que nos disseram que se não aprendessemos ponto de cruz nunca íamos arranjar marido a família e não para os noivos em si. E o que achariam as famílias se a noiva levasse um vestido roxo psicadélico?
 Pois.

sábado, 8 de agosto de 2015

2 micoses

 - Quando vens cá a casa? Quero mostrar-te uma coisa no computador.
 - Quando vens tu sair comigo? Quero mostrar-te muitas coisas na vida real.

Das corridas

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

1 micoses


 Eu adoro correr, adoro adoro adoro. Mas o facto de viver onde vivo (e ter o pouco tempo que tenho) desmoraliza demais as corridas.
 Primeiro porque, por alguma razão, Lisboa é a cidade das sete colinas. Ainda não encontrei um parque no meio da cidade que não me obrigasse a fazer corridas em inclinações que me fazem querer deitar os pulmões para o chão logo ali. 
 Saudosos são os tempos em que corria à beira-Tejo em Belém, mas agora que vivo mais longe não me compensa perder quase mais tempo no trânsito/transportes do que na corrida que faria no sítio. 
 Por exclusão de partes, lá corro eu então pelas ruas fora. O que também não me parece muito eficiente porque acho que o ar do centro da cidade que inalo com real intenção enquanto corro durante uma meia horita deve ser equivalente a fumar um maço de charutos. Fico a pensar que esta coisa das corridas se calhar não acaba por potencializar nada a minha saúde e pelo contrário, só piora.  Mas como dizia a minha avó, se não se morre do mal, morre-se da cura, portanto mais vale fazer-se o que gostamos e pronto. 
 Correr no centro da cidade ainda tem mais outra particularidade gira: todo o macho latino adora ver uma rapariga nova a correr. Acham piada e têm de mandar umas boquinhas - é um instinto criado pela negligência dos pais na infância ou um abuso sexual na adolescência, eu sei lá - que claro que não são muito agradáveis. Principalmente quando essas pessoas não compreendem que eu estou a fazer um treino (eu bem gostava de acordar de manhã a la Forrest Gump e decidir que vou correr os EUA inteiros sem me cansar, mas infelizmente não consigo. Tenho de fazer treinos que alguém que percebe do assunto estipulou que conjugam determinados números de km, de velocidades, de pausas, de aquecimentos e alongamentos, que feitos regularmente permitem uma evolução suave e estimulante) e portanto quando eu paro para fazer 1 minuto de caminhada de pausa a que tenho direito, mandam a boca do "não páres, vá, continua" - oh pessoas mas vocês não têm mais nada com que se preocupar? Valha-me a nossa Senhora dos fones e dos leitores de mp3, é o que eu vos tenho a dizer.

SaveSave

O chapéu

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

1 micoses
 A rapariga chegou perto deles. Trazia agora um chapéu.
 "Mas de onde vem esse chapéu?"
 "Alguém deixou ali numa espreguiçadeira".
 100% papel. De uma marca cara. Estiloso como um carro topo de gama.
  Todos o quiseram experimentar. Viram-se ao espelho, tiraram selfies, fizeram acrobacias, gargalharam.
  Os rapazes tentaram convencê-la que o chapéu era masculino para ficarem com ele, mas não a demoveram.
 O chapéu era ridiculamente giro. Era o toque que rematava qualquer look de Verão. E era a alegria de mais um dia de trabalho monótono na vida daquelas pessoas.

Parar.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

2 micoses
 Vi há dias uma entrevista com a Capicua e o Ricardo Araújo Pereira (já agora vejam vocês também, já que o trabalho destas duas pessoas significantes merece ser divulgado) em que a primeira diz que deixou o graffiti e não tenciona voltar porque, tal como o rap, o graffiti é uma actividade em que quando se pára uma vez, é difícil voltar. Comparou ainda ao acto de tocar um instrumento dando o exemplo de que se um músico parar durante um ano, dois anos, três anos, quando voltar a tocar já não vai voltar a tocar como antes.
 Lembrei-me imediatamente no meu blog. 
 Felizmente esta entrevista também serviu de desculpa assunto para voltar. 
 (Se calhar é por isso que este blog nunca melhora muito de qualidade. Páro tantas vezes que acabo por nunca consigo evoluir muito). 

Do medo do tempo

terça-feira, 30 de junho de 2015

0 micoses
 Nunca tive medo de nada. Não tenho medo de qualquer tipo de animal, nem de andar sozinha na rua à noite ou sequer medo de morrer. A única coisa de que eu tenho realmente medo, é do tempo.
 Dizem que o tempo cura tudo. Mas então para que cure, é preciso de ele exista. E o meu medo é essencialmente que ele não exista em quantidade suficiente.
 O tempo não é tangível. Apesar de as pessoas fingirem que é, recorrendo a calendários e relógios para planear as suas vidas e fingirem que o tempo é seu aliado, o tempo não se mede. Nunca se sabe se realmente as duas horas que temos para acabar um trabalho vão ser duas horas. Ou se o tempo nos trai e afinal é mais curto do que precisamos.
 E quanto menor o espaço temporal, pior. Não sou adepta de frases feitas, mas sempre gostei de uma que diz algo como "os anos não custam a passar, o que custa são os momentos". Os momentos são o que realmente estraga tudo. Conseguem imaginar como seria tão agradável o passar dos anos sem serem aqueles momentos que estragam tudo? O momento em que temos um acidente de viação que nos torna paralíticos para sempre. O momento em que temos uma branca no meio do teste e nos vai chumbar à cadeira. O momento em que dizemos o que não devemos ao nosso patrão e somos despedidos. O momento em que não dizemos o que devíamos dizer, e afinal era a nossa última oportunidade para nos despedir-mos dela...
 São meras fracções de segundo. Meros tic-tacs de um relógio. Que mudam tudo. E o tempo simplesmente não pára. Continua sempre a alta velocidade, ignorando tudo o que acabou de nos acontecer. Não interessa se nos vamos arrepender para o resto da vida. Não interessa se vamos melhorar. O tempo não perdoa.
 Não perdoa.

Sexo cinematográfico

sexta-feira, 22 de maio de 2015

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 O sexo nos filmes é qualquer coisa de fantástico, não é? Acontece assim de repente, no meio da cozinha, numa casa de família onde vivem umas 10 pessoas mas ninguém acorda com a barulheira que se passa para ali, nem vai espreitar, nem interromper, nem nada.
 E quando é assim no meio da piscina ou da banheira e qual falta de lubrificação qual quê, é assim à tonta e é tão bom para os dois? E quando até é na cama mas no final é só virar-se cada um para o seu lado, não há cá tirar o preservativo, não há cá cama suja com fluídos e suores, não há cá pessoas a terem de ir ao wc limpar-se, nem uma toalhita nem nada, é tudo naturalmente limpinho e mágico?
 E no fim dormem sempre em conchinha. E o homem fica sempre no papel de big spoon - quando todos nós sabemos que na vida real os homens exigem sempre ser a little spoon alegando o empecilho do nosso cabelo lhes fazer comichão na cara (desculpas, desculpas).
 O que nos vale é que o sexo na vida real também é bom, pois é?

Nos sapatos, como na vida

sexta-feira, 15 de maio de 2015

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 A procura pelo par perfeito é só uma. E estou a falar de pares amorosos e de pares de sapatos. Em simultâneo.
 No amor, como nos sapatos, quando andamos à procura do par ideal, o que nos salta logo à vista são os mais bonitos. Ou mais vistosos, vá. Às vezes acabamos por pensar "se calhar isto é areia demais para o meu camião com um salto tão alto ainda faço é uma entorse" e acabamos por nem experimentar. Optamos antes por tentar a nossa sorte com um par que tenha também o seu charme, mas que seja mais adequado ao nosso estilo pessoal. E esta tarefa não é nada fácil, amigos. Porque depois não há o nosso número, ou só há em camel e nós preferíamos em preto, ou a senhora à nossa frente levou o último par... É uma massada.
 Nem sempre o par perfeito fica na primeira loja (discoteca) em que entramos. Por vezes, há que fazer uma autêntica romaria. E quantas vezes não acabamos por descobrir que afinal o par que queríamos era mesmo aquele que estava na primeira sapataria em que entrámos, porque depois de visitarmos 5 ou 6 nunca mais deixámos de pensar nele (apesar de na altura nem termos arriscado a experimentar porque não fomos com o padrão tigresa).
 Eventualmente, chega sempre o dia em que acabamos por levar um par para casa. Durante dois ou três dias é a melhor coisa, é a novidade, toda a gente comenta. Mas depois nem sempre a vida continua a ser assim tão feliz, pelas mais diversas razões. Ou é porque afinal não tinha a qualidade que esperávamos nem chegam a durar até ao fim da estação, ou é porque passam de moda e no ano seguinte já não fazem sentido voltar a levar à rua, ou revelam-se tão desconfortáveis que só de pensar na sua existência já se nos dá um aperto nos pés. Ou ainda, last but least, apaixonamo-nos por eles durante bem mais tempo do que a sua duração. Usamo-los durante anos a fio e eles são tão confortáveis que nem nos vamos apercebendo que eles se estão a destruir a pouco e pouco de tanto uso. Ficam rotos, com linhas a saltar, as solas gastas e descoladas, e nós-nem-aí. Já toda a gente comenta porque raio é que somos tão belas e interessantes e ainda andamos com aquele par de sapatos velho e peçonhento. E nós tão ceguinhas de amor que nem nos apercebemos que aquele par já não é nada a nossa cara, já não é nada o nosso estilo, já não é nada daquilo que precisamos. Eventualmente também caímos na real e com muito choro e lágrimas acabamos por deixá-lo num contentor de roupa onde esperamos que possam vir a ter um dono (mais humilde) melhor.
 E depois continua a nossa busca. A nossa eteeeeerna busca. Pelo par que é estiloso, intemporal e que dure até ao fim das vidas. E claro, que não nos faça sequer voltar a querer pensar em procurar por um novo.

Deixem-me

terça-feira, 14 de abril de 2015

1 micoses
 Eu até gostava de ter uma pilinha.
 Não é porque gostava de ser menino, mas porque acho que é uma das partes mais engraçadas da anatomia do corpo humano.
 É como um amiguinho sempre presente agarrado a ti: tem sentimentos (fica contente, fica triste, desilude-se, enjoa-se, às vezes até sofre por antecipação), tem gostos e preferências, faz exigências, ajuda a tomar decisões...  Por norma acorda sempre mais cedo do que "nós" e está quase sempre pronto a brincar. E ao contrário dos animais de estimação, envelhece e morre connosco. Infelizmente, de vez em quando, também suja a casa toda.

Nem é porque o senhor se faleceu, mas porque ultimamente tem sido muito isto

sexta-feira, 3 de abril de 2015

1 micoses
"Não tenho medo da morte, tenho medo do sofrimento. É na vida que se encontram todas as maldades do Mundo. A morte é o descanso".
Manoel de Oliveira

Maria Amêndoa. Só Maria Amêndoa.

quarta-feira, 11 de março de 2015

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Afinal o Rosé também te desilude. E pior, é daqueles que se vingam. Oferece-te o melhor serão da tua vida, e depois vinga-se com a pior noite de sempre. Faz-te sentir mal. Faz-te vomitar. Faz-te vomitar no teu próprio quarto, inesperadamente e sem aviso. Faz-te vomitar em cima de uma extensão ligada à corrente elétrica. Que manda o quadro abaixo. Faz-te teres de te levantar para limpares o teu próprio nojo. Faz-te ires dormir para outro sítio porque a tua cama está com um fedor insuportável a entranhas. Faz-te acordar de hora em hora para ires regurgitar mais um pouco. Até já nem teres nada do estômago e estares só a contorcer-te qual gatinho a tentar soltar uma bola de pêlo.
 O Rosé é mau.
 Nunca confiem no Rosé.

Maria Amêndoa Rosé

sábado, 7 de março de 2015

1 micoses
Os amigos vêm e vão, e mesmo os que persistem, por vezes falham.
Mas o Rosé, meus caros, o Rosé nunca falha. Está sempre lá quando preciso para me fazer sentir melhor. Em poucos minutos muda a má disposição para a vontade de dançar, e durante horas não vai embora.
 Faz companhia, aquece o coração. Mas quem é que precisa de mais na vida do que um copo cheio desta amizade?
 Hoje, assumo por este meio perante o universo, que quero elevar esta relação em mais um nível. Eu quero casar com ele. Eu quero que o meu último nome seja Rosé. Maria Amêndoa Rosé. Soa tão fancy. E quero casar porque é com ele que eu quero passar o resto das noites. Eu, ele e queijo de Nisa para apimentar a relação. Todas as noites. Era tão feliz.

Já que uma pessoa escreve num blogue sempre pode ganhar qualquer coisa com isso

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

2 micoses
 "Já são oito horas? Isto foi a Maria a sair de casa ou a Catarina a chegar? Hoje tenho mesmo de começar a estudar cedo. Vou tomar banho, pôr-me no metro, chegar à faculdade e estudo sem interrupções até ao almoço! Vestido azul. Não, vestido azul não. As leggings novas? Estão para lavar... Já estou a demorar muito, esquece, vou de vestido azul. Bolas, não há café! COMO É QUE EU VOU SOBREVIVER SEM CAFÉ? Vá, vamos embora. Opah, esqueci-me do... Ah não, está aqui! Vá, vamos embora agora. O metro vai estar cheio, de certeza. Isto é uma carteira? Não tem dinheiro. Ainda bem que escuso de ficar com dilemas morais já a esta hora da manhã. Não me posso esquecer de passar na esquadra depois. O metro! Espera espera espera... Bolas, foi por pouco! Mas ainda só são nove horas e já me aconteceu tudo?"



Há coisas que me intrigam

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

3 micoses
 Qual é o destino-final de um baby blog?
 Não, não estou de esperanças ou wtv. Queria mesmo só saber.
 É que as crianças crescem. Claro que os pais têm sempre muito a contar sobre os filhos em qualquer idade, mas mesmo assim... Até quando é que um baby blog pode subsistir sob a literal palavra "baby"?
 Não que o assunto seja realmente importante - pessoas, vá lá, eu estou em época de exames, qualquer pensamento idiota é mais prioritário na minha mente do que algo relacionado com os estudos - mas ponho em causa três hipóteses: Um baby blog pode chegar ao fim quando a) o baby faz 13 anos. Toda a gente sabe que é a partir dos 13 anos que os "babies" perdem a sua fofura e começam a ser realmente irritantes, respondões e malévolos
 b) o autor do baby blogue morre. aliás, é por esse motivo que normalmente acaba qualquer blogue.
 c) o baby torna-se adolescente, um colega descobre que existe um blogue sobre ele cheio de fotos e textos fofos na internet e divulga-o por todo o lado, gozando com o baby; este último chega um dia a casa e confronta os pais, parte a louça toda e após a simulação de uma fuga consegue que os pais apaguem o blogue para todo o sempre
 Se souberem da história de algum baby blog que durou anos suficientes para a criança estar em idade de, pelo menos, tirar a carta pelas vias legais portuguesas, por favor não deixem de partilhar a história aqui.


As pessoas nunca aprendem, só engordam.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

3 micoses
 Não há um único santo teste em que eu não entre para a sala de exames a pensar "Se eu tivesse tido mais 24 horas para estudar isto, tinha a certeza que conseguia estudar o suficiente para passar". Não obstante, quando tenho 4 dias para estudar para um teste, nem por isso começo a estudar antes da véspera.

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